quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Brasil: um país de Marias e Josés

Maria e José são os nomes mais populares no Brasil, o país com o maior número de católicos em todo mundo. Estes já somam uma legião de 22,3 milhês de pessoas, o que equivale a duas vezes a população de Potugal por exemplo.

A preferência por estes nomes é tamanha que, a variação mais utilizada é a combinação dos dois.

Para cada duas Marias existe um José.

A influência católica é facilmente percebida na lista dos 50 nomes mais populares do Brasil, de acordo com os dados publicados pela Consultoria ProScore, Bureau de Informação e Análise de Crédito, baseada em um banco com o registro de 165 milhões de CPFs de brasileiros.

Dentre eles, os cinco primeiros colocados são nomes bíblicos (Veja a lista abaixo):

1º - Maria - 13.356.965

2º - José - 7.781.515

3º - Antônio - 3.550.752

4º - João - 2.988.744

5º - Francisco - 2.242.146

6º - Ana - 1.996.377

7º - Luiz - 1.541.895

8º - Paulo - 1.416.768

9º - Carlos - 1.384.201

10º - Manoel - 1.334.182

11º - Pedro - 995.254

12º - Fracisca - 853.590

13º - Marcos - 823.738

14º - Raimundo - 821.242

15º - Sebastião - 798.627

16º - Antônia - 672.400

17º - Marcelo - 628.138

18º - Jorge - 587.670

19º - Márcia - 557.347

20º - Geraldo - 530.050

21º - Adriana - 529.778

22º - Sandra - 497.971

23º - Luís - 492.208

24º - Fernando - 489.142

25º - Fábio - 481.790

26º - Roberto - 480.695

27º - Márcio - 471.906

28º - Edson - 467.806

29º - André - 465.484

30º - Sérgio - 462.397

31º - Josefa - 453.636

32º - Patrícia - 446.001

33º - Daniel - 439.826

34º - Rodrigo - 438.083

35º - Rafael - 432.356

36º - Joaquim - 431.594

37º - Vera - 430.683

38º - Ricardo - 423.616

39º - Eduardo - 417.277

40º - Terezinha - 409.120

41º - Sônia - 403.702

42º - Alexandre - 403.114

43º - Rita - 396.901

44º - Luciana - 390.507

45º - Claudio - 390.104

46º - Rosa - 385.634

47º - Benedito - 378.680

48º - Leandro - 378.136

49º - Raimunda - 372.672

50º - Mário - 364.589

REFERÊNCIAS
Jornal Estado de Minas, 29/11/2011.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

OBRIGADO Pandora



23/06/2006 a 21/11/2011

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

PALHAÇOS fiscalizam o trânsito na Venezuela

Moradores da cidade de Sucre, na Venezuela, assistiram a uma diferente intervenção para colocar em pauta a educação no trânsito. A prefeitura da cidade localizada na região metropolitana da capital Caracas, pôs 120 palhaços mudos nas principais ruas.

O objetivo era chamar a atenção, educada e polidamente, para infrações no trânsito de motoristas e pedestres. Os palhaços se comunicavam com as pessoas e davam bronca naquele que estavam errados, como os motoristas sem cinto de segurança.

REFERÊNCIAS
O Tempo

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Universal do Reino de Deus se expande em ritmo de multinacional

O sucesso da Igreja Universal no Brasil e no mundo e a força econômica do mercado cristão foram os temas de reportagem especial publicada recentemente pela rede pública britâmica de jornalismo, a “BBC”. Destacando a dimensão e a importância da construção do Templo de Salomão, uma das obras mais importantes em andamento em São Paulo, como já havia feito anteriormente o jornal britânico “The Guardian”, a “BBC” chama atenção para os números e a força deste segmento. “Mercado bilionário crescente, mas ainda pouco estudado, o segmento de produtos cristãos movimenta estimados R$ 12 bilhões por ano no Brasil”, afirma o texto, citando cálculos de Mário René, professor de Ciências do Consumo Aplicadas na Escola Superior de Propaganda e Marketing.

A “BBC” ressalta, no artigo, que tal prosperidade é puxada principalmente pela IURD, que tem ganhado espaço no Brasil e na Inglaterra, dois dos 110 países em que atua – “alcance não conseguido por nenhuma empresa multinacional brasileira”, conforme destaca a reportagem.

Entre os grandes feitos resultantes de tal poderio econômico está a construção do Templo de Salomão, uma réplica do templo descrito na Bíblia, com mais de 70 mil metros quadrados de área construída.

O avanço é resultado do aumento do número de cristãos no Brasil. Segundo o estudo Mapa das Religiões, feito pela Fundação Getúlio Vargas, os evangélicos representavam 20,2% da população do País em 2009, contra 9% em 1991.


Modificado de: Folha Universal, ano 19, número 1.014, de 11 a 17/09/2011.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Prejuízos do 11 de setembro

Estima-se que os EUA tenham gasto entre US$ 3,2 trilhões (cerca de R$ 5,2 trilhões) e US$ 4 trilhões (cerca de R$ 6 trilhões) nas guerras do Iraque e no Afeganistão.

Além disso, o número anual de mortos aumentou desde que a guerra começou, em outubro de 2011. Mais vidas estão sendo perdidas na guerra do que quando o Talebã estava no controle do país.

O número de mortes da coalizão no Iraque está em 4.792 até agora, comparados a 2.963 no Afeganistão, desde o começo de setembro de 2011.

A quantia estimada de seguros pagos relacionados ao 11 de setembro de 2001 no mundo é de cerca de US$ 40,2 bilhões (cerca de R$ 66,5 bilhões).

Perdas para a cidade de Nova York relacionadas aos ataques de 11 de setembro, incluindo perda de empregos, de coleta de impostos, danos à infraestrutura, e limpeza: US$ 95 bilhões (cerca de R$ 157 bilhões).

REFERÊNCIAS
Watson Institute, Brown University, 2011

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Temas que podem cair na redação do Enem 2011


Para garantir uma boa nota na redação, a dica é ficar atento sobre questões nacionais. Ter uma noção da questão para saber se posicionar ajuda o candidato a deixar de lado abordagens e expressões ingênuas sobre o assunto.

Outra dica é ler sobre as atualidades que acontecem no mundo (mesmo que o exame costume priorizar os assuntos nacionais).

De acordo com o professor de Redação e Gramática do cursinho Anglo Eduardo Lopes "o corretor espera que o estudante proponha algum encaminhamento e não uma solução. O Enem busca notar qual é o posicionamento crítico do estudante e espera esse encaminhamento de maneira consistente e que respeite os direitos humanos e individuais. Ninguém espera que o estudante solucione um problema sério, como a desigualdade social, mas ele quer avaliar qual é o posicionamento dele perante esse tema".

Para ajudar a se preparar para a redação, clique nos links abaixo e confira oito temas que podem cair na redação do Enem:

REFERÊNCIAS
MODIFICADO DE: UNIVERSIA Brasil

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Enquanto isso... na península de Izu...


Na península Izu, um gobião espia pela janela de sua casinha numa lata de refrigerante, lembrança das 127 milhões de pessoas do outro lado da superfície.
Foto de Brian Skerry

sábado, 21 de maio de 2011

Desabafo da professora Amanda Gurgel



Depoimento simplesmente FANTÁSTICO!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Deadly Games - Jornalista da ESPN afirma que Olimpíadas e Copa no RJ serão jogos mortais

Sede da próxima Copa do Mundo e das Olimpíadas de 2016, o Rio de Janeiro sofreu um duro ataque na imprensa americana. A questão é a segurança na cidade para esses grandes eventos.

‘Jogos Mortais’ é o título do artigo publicado no dia 10/05/2011 no site da rede americana ESPN. O texto assinado pelo jornalista Wright Tompson carrega nas tintas para pintar um quadro assustador do Rio. O americano destaca que, perto de onde vão acontecer os jogos olímpicos e a Copa do Mundo, há comunidades que viraram zonas de guerra.

E diz que as favelas cariocas são lugares de desespero desde o surgimento da primeira, em 1897. Segundo o texto, depois de ignorá-las por mais de um século, o governo agora tem menos de três anos para mudar a realidade nelas.

O governador do Rio, Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes não quiseram se pronunciar sobre a publicação da ESPN. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do estado informou que a situação do Morro dos Macacos não é a mesma descrita pela reportagem e que os projetos para área de segurança vêm ajudando a diminuir os índices de violência.

Desde dezembro de 2008, o Rio já conta com 16 Unidades de Polícia Pacificadora. No ano passado, em todo o estado, caiu quase 18% o número de homicídios dolosos e 29% os casos de roubo seguido de morte.

O artigo reconhece o efeito positivo das UPPs. Mas ressalta o medo de moradores de que a segurança acabe depois dos jogos olímpicos. Para o sociólogo Gláucio Soares, especialista em segurança pública, o artigo foi mal escrito e é tendencioso.

“Comportamento padrão quando um país que ainda não entrou na elite industrializada sedia um grande evento dizer que vai ser corrupto, mal organizado. Disseram isso do campeonato mundial no Chile, em 1962. Vai ser violento porque a sociedade é violenta. Caso da África do Sul, caso do México e agora caso do Brasil”.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

quarta-feira, 4 de maio de 2011

domingo, 1 de maio de 2011

Luan Santana é vaiado e xingado na Indy 300



OBS: Saudades da VANUZA.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

"Mineiramente" Chery chega à Europa

Recentemente, dois modelos da Chery ingressaram na frota oficial de veículos governamentais de países do Leste Europeu. Ao todo, quinze unidades do Chery Cielo e duas unidades do Chery Tiggo foram introduzidas na frota da Polícia Sérvia.
Bastante competitivo, o processo de licitação contou com a participação de marcas europeias, como Skoda, Peugeot, Fiat e Volkswagen, bem como de marcas japonesas e coreanas, como Toyota e Hyundai. Pela excelente qualidade do produto e pelo profissional serviço de pós-venda, a Chery, que começou a operar no mercado sérvio apenas há um ano, destacou-se entre as marcas de automóveis europeus, americanos, japoneses e coreanos e venceu a licitação.
Em pouco tempo, a Chery se espalhou por todas as principais cidades da Sérvia e Macedônia. Pela elegante aparência e bom desempenho, os carros da Chery tem alcançado boa aceitação dos consumidores locais.
A Chery também ganhou acesso ao mercado de veículos governamentais de países como Egito e Iraque. A estreia no mercado de veículos do governo sérvio tem demonstrado plenamente que os produtos e serviços da Chery ganharam maior reconhecimento no exterior. Esse fato vai impulsionar ainda mais a popularidade da Chery e estabelecer uma fundação sólida para conquistar maior entrada da marca na Europa.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Coisas de NERD, mas, bem legais

O artigo do qual eu retirei três exemplos de "Coisas de NERD" têm o nome de "Dez Gadgets para aproveitar melhor sua viagem", ou seja, coisas totalmente sem noção que uma pessoa normal NUNCA levaria para uma viagem.

Porém, os objetos a seguir são bem interessantes:
Você está na praia e precisa de um abridor de garrafas. O que você faz? Tira os chinelos, claro!
O modelo Fanning é fabricado pela Reef em borracha sintética à prova d´água. No site ele é recomendado para abrir garrafas de refrigerante, mas é claro que ele também é útil para abrir uma merecida cervejinha.

Disponível aqui.


Esse é o sonho de qualquer campista. É uma garrafa com um litro de capacidade, mas também é uma lanterna. Durante o dia, um painel capta energia da luz solar. À noite, 4 LEDs garantem algumas horas de luz.



Que tal uma mochila que, além de guardar sua parafernália, coleta energia solar para carregar seus aparelhos? Essa é a ideia da OffGrid Solar BackPack. Ela armazena a energia em uma bateria para que você depois possa carregar seu gadget. De quebra ela tem 11 adaptadores diferentes para conectar seu aparelho.

Disponível aqui.


ARTIGO COMPLETO EM: msn.com

sexta-feira, 8 de abril de 2011

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O SOTAQUE DAS MINEIRAS, POR UM PAULISTANO

OBS: Felipe Peixoto Braga Netto (1973) afirma que não é jornalista, não é publicitário, nunca publicou crônicas ou contos - não é, enfim, literariamente falando, muita coisa, segundo suas próprias palavras.

Paulistano, mora em Belo Horizonte e ama Minas Gerais. Ele diz que nunca publicou nada, mas a crônica que abaixo foi extraída do livro 'As coisas simpáticas da vida', Landy Editora, São Paulo (SP) - 2005, pág. 82.

O SOTAQUE DAS MINEIRAS
(F.P.B. Netto)

O sotaque das mineiras deveria ser ilegal, imoral ou engordar. Afinal,se tudo que é bom tem um desses horríveis efeitos colaterais, como é que o falar, sensual e lindo das moças de Minas ficou de fora?

Porque, Deus, que sotaque! Mineira devia nascer com tarja preta avisando: 'ouvi-la faz mal à saúde'. Se uma mineira, falando mansinho, me pedir para assinar um contrato doando tudo que tenho, sou capaz de perguntar: 'só isso?'. Assino, achando que ela me faz um favor.

Eu sou suspeitíssimo. Confesso: esse sotaque me desarma. Certa vez quase propus casamento a uma menina que me ligou por engano, só pelo sotaque.

Os mineiros têm um ódio mortal das palavras completas. Preferem, sabe-se lá por que, abandoná-las no meio do caminho. Não dizem: pode parar, dizem: 'pó parar' Não dizem: onde eu estou?, dizem: 'onde queu tô.'

Os não-mineiros, ignorantes nas coisas de Minas, supõem, precipitada e levianamente, que os mineiros vivem - linguisticamente falando - apenas de uais, trens e sôs.

Digo-lhes que não. Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual atividade. Fala que ele é bom de serviço. Pouco importa que seja um juiz, um jogador de futebol ou um ator de filme pornô. Se der no couro - metaforicamente falando, claro - ele é bom de serviço. Faz sentido.

Mineiras não usam o famosíssimo tudo bem. Sempre que duas mineiras se encontram, uma delas há de perguntar pra outra: 'cê tá boa?' Para mim, isso é pleonasmo. Perguntar para uma mineira se ela tá boa é desnecessário.

Há outras. Vamos supor que você esteja tendo um caso com uma mulher casada. Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e dizer: - Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc.) O verbo 'mexer', para os mineiros, tem os mais amplos significados. Quer dizer, por exemplo, trabalhar. Se lhe perguntarem com o que você mexe, não fique ofendido. Querem saber o seu ofício.

Os mineiros também não gostam do verbo conseguir. Aqui ninguém consegue nada. Você não dá conta. Sôcê (se você) acha que não vai chegar a tempo, você liga e diz: '- Aqui, não vou dar conta de chegar na hora, não, sô.'

Esse 'aqui' é outra delícia que só tem aqui. É antecedente obrigatório, sob pena de punição pública, de qualquer frase. É mais usada, no entanto, quando você quer falar e não estão lhe dando muita atenção: é uma forma de dizer 'olá, me escutem, por favor'. É a última instância antes de jogar um pão de queijo na cabeça do interlocutor.

Mineiras não dizem 'apaixonado por'. Dizem, sabe-se lá por que, 'apaixonado com'. Soa engraçado aos ouvidos forasteiros. Ouve-se a toda hora: 'Ah, eu apaixonei com ele'. Ou: 'sou doida com ele' (ele, no caso, pode ser você, um carro, um cachorro).

Eu preciso avisar à língua portuguesa que gosto muito dela, mas prefiro, com todo respeito, a mineira. Nada pessoal. Aqui certas regras não entram. São barradas pelas montanhas.

Por exemplo: em Minas, se você quiser falar que precisa ir a um lugar, vai dizer: - 'Eu preciso de ir.' Onde os mineiros arrumaram esse 'de', aí no meio, é uma boa pergunta. Só não me perguntem! Mas que ele existe, existe. Asseguro que sim, com escritura lavrada em cartório.

No supermercado, o mineiro não faz muitas compras, ele compra um tanto de coisa. O supermercado não estará lotado, ele terá um tanto de gente. Se a fila do caixa não anda, é porque está agarrando lá na frente.
Entendeu? Agarrar é agarrar, ora!

Se, saindo do supermercado, a mineirinha vir um mendigo e ficar com pena, suspirará:'- Ai, gente, que dó.'

É provável que a essa altura o leitor já esteja apaixonado pelas mineiras.
Não vem caçar confusão pro meu lado! Porque, devo dizer, mineiro não arruma briga, mineiro 'caça confusão'. Se você quiser dizer que tal sujeito é arruaceiro, é melhor falar, para se fazer entendido, que ele 'vive caçando confusão'.

Ah, e tem o 'Capaz'. Se você propõe algo a uma mineira, ela diz: 'capaz'! Vocês já ouviram esse 'capaz'? É lindo. Quer dizer o quê? Sei lá, quer dizer 'ce acha que eu faço isso'!? com algumas toneladas de ironia. Se você ameaçar casar com a Gisele Bündchen, ela dirá: 'ô dó dôcê'. Entendeu? Não? Deixa para lá.

É parecido com o 'nem'. Já ouviu o 'nem'? Completo ele fica: '- Ah, nem' O que significa? Significa, amigo leitor, que a mineira que o pronunciou não fará o que você propôs de jeito nenhum. Mas de jeito nenhum. Você diz: 'Meu amor, cê anima de comer um tropeiro no Mineirão?'. Resposta: 'nem.' Ainda não entendeu? Uai, nem é nem. Leitor, você é meio burrinho ou é impressão?

Preciso confessar algo: minha inclinação é para perdoar, com louvor, os deslizes vocabulares das mineiras. Aliás, deslizes nada. Só porque aqui a língua é outra, não quer dizer que a oficial esteja com a razão.

Se você, em conversa, falar: 'Ah, fui lá comprar umas coisas.' - Que's coisa? - ela retrucará. O plural dá um pulo. Sai das coisas e vai para o 'que'!

Ouvi de uma menina culta um 'pelas metade', no lugar de 'pela metade'. E se você acusar injustamente uma mineira, ela, chorosa, confidenciará: - Ele pôs a culpa 'ni mim'.

A conjugação dos verbos tem lá seus mistérios, em Minas. Ontem, uma senhora docemente me consolou: 'preocupa não, bobo!'. E meus ouvidos, já acostumados às ingênuas conjugações mineiras, nem se espantam. Talvez se espantassem se ouvissem um: 'não se preocupe', ou algo assim. Fórmula mineira é sintética e diz tudo.

Até o tchau, em Minas, é personalizado. Ninguém diz tchau, pura e simplesmente. Aqui se diz: 'tchau pro cê', 'tchau pro cês'. É útil deixar claro o destinatário do tchau.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Oasis, Coca-Cola e um mundo melhor

Um comercial criado para a Coca-Cola pela agência Santo, de Buenos Aires, começou a rodar recentemente em diversos países da América Latina. Intitulado “Razones para creer” (Razões para acreditar), o vídeo apresenta dados animadores tentando mostrar que o mundo ainda tem jeito.

Nele aparece o Young People’s Chorus, um coral de crianças de Nova York, cantando a música “Whatever”, a melhor do Oasis, que foi lançada em 1994 e sequer saiu no clássico “Definitely Maybe”.

Para quem gostou da música, segue abaixo a versão da música com o Oasis, em um momento de muito amor entre Noel (Guitarra e Vocal) e Liam (Vocal) no palco.

ATENÇÃO PARA OS MINUTOS 1:03 E 1:58. Chegam a ser hilários.

REFERÊNCIAS

http://oasisnews.com.br/?p=4259

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Revolução silenciosa

Bolívia enriquece, distribui renda, cuida da saúde do seu povo, acaba com o analfabetismo. E irrita a elite branca

“A Bolívia não é um país, é um acampamento”, disse certa vez, durante a ditadura brasileira, o general Golbery do Couto e Silva. E teria dito também que seria bom dividir esse “acampamento” entre os países vizinhos, de maneira que o país sumisse do mapa. Não haveria muito de novidade nisso.

Na época de sua independência, há 201 anos, a Bolívia tinha 2,3 milhões de quilômetros quadrados – hoje tem menos de 1,1 milhão. O Brasil foi o que mais garfou. O Chile tomou a fatia de litoral e deixou o país sem acesso ao mar. E são terras ricas em minérios. Peru, Argentina e até o Paraguai têm territórios conquistados da Bolívia.

Essa perda sucessiva de território sempre teve a ver com maus governantes e com militares corruptos. Todos eles descendentes de europeus. Os índios, de diversas etnias, entre elas a aymara e a quechua, nunca tiveram vez. Eram considerados não cidadãos. Até que um índio, vencendo todos os preconceitos, chegou ao governo.
Era nisso que eu pensava enquanto traduzia, admirado, parte do livro A Potência Plebeia – Ação Coletiva e Identidades Indígenas, Operárias e Populares na Bolívia (Boitempo Editorial), de Álvaro García Linera, que além de sociólogo e matemático é vice-presidente do país.

Linera é um grande intelectual, nascido em família mestiça de classe média. E teve papel importante na eleição de Evo Morales, pois foi um fator de atração da classe média urbana, que torcia o nariz para a possibilidade de um presidente índio.

Se no Brasil, como vemos quase cotidianamente lembranças na imprensa, havia o “complexo de vira-latas”, no dizer de Nelson Rodrigues, imagine a autoestima dos índios bolivianos! Não eram levados em consideração nem mesmo pela esquerda tradicional, que tinha o operariado como protagonista das transformações, e pronto! Índio não fazia parte das expectativas revolucionárias dessa esquerda.

E o que vemos agora? A Bolívia se enriquecendo, distribuindo renda, cuidando da saúde do seu povo, acabando com o analfabetismo (e, nisso, é preciso lembrar que a maior parte da população fala aymara ou quechua, mas há vários outros idiomas indígenas). A autoestima indígena está mais alta que os Andes. O operariado, representado pelos mineiros, agora é configurante no processo de transformação.

Falando em mineiros, algo acontecido em quase toda a América Latina: um líder com um passado respeitável se convertendo em capacho internacional. Na Bolívia foi Victor Paz Estenssoro, que liderou uma revolução popular em 1952, nacionalizou as minas (principal fonte de renda do país), foi eleito novamente em 1985 e fez um governo neoliberal criminoso: entregou o patrimônio do país aos estrangeiros e jogou seus operários no desemprego e no desespero.

Linera pode ser considerado um ideólogo do governo Morales. No livro, uma coletânea de ensaios (o primeiro deles sobre a atualidade do Manifesto Comunista, que pode ser pulado por quem quiser entrar diretamente no assunto Bolívia), conta todo esse processo, desde sua gestação até o esperneio da elite branca da atual parte rica da Bolívia, o leste, que não se conforma em perder o poder, mas não tem projetos consistentes nem líderes capazes de retomar o poder.

Os índios experimentaram o sabor de estar no comando. E gostaram. E inovam: em vez de um país com uma única etnia com direitos, como havia antes, propõem um país multiétnico, pluricultural. Mas não aceitam submissão, estão conscientes de seu poder e reafirmam sua identidade. Com as bênçãos de Pachamama (Mãe Terra), em suas festas tremulam as whiphalas, bandeiras multicoloridas dos povos andinos, com cada cor simbolizando algum aspecto da cultura indígena (a terra, a energia, o tempo, o espaço cósmico etc.). Uma revolução sem holofotes acontece ali.

REFERÊNCIAS

http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/55/revolucao-silenciosa