sábado, 27 de novembro de 2010
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
A padroeira das donas de casa
Clarence Birdseye era um rapaz esperto do Brooklyn, em Nova Iorque, que gostava de duas coisas aparentemente inconciliáveis: viver ao ar livre e ganhar dinheiro.Conseguiu o que queria ao trocar a faculdade, que não terminou, por uma vaga de biólogo de campo, emprego de nível médio oferecido pelo Governo americano num posto de observação avançado, nas proximidades do Ártico. Sem ter muito o que fazer além de observar, espantou-se com algo corriqueiro naquela região gelada: a técnica esquimó de conservar alimentos.
Reparou que o peixe que traziam, e não consumiam na hora, congelava e endurecia rapidamente, bastando ficar exposto à baixíssima temperatura local e à ação dos ventos. Mais intrigante ainda é que, mesmo após semanas ou meses, ao ser descongelado e servido, o peixe não perdia nem o sabor nem os valores nutritivos.
Birdseye havia passado pouco tempo na escola de biologia, mas tempo o suficiente para entender que a estrutura celular do pescado fora preservada.
Farejando excelentes negócios, ele pegou o navio de volta para sua Nova York natal e desembarcou no mercado Fulton, em Manhattan, em setembro de 1922, para vender seu peixe cru. Dois anos depois desenvolveu o processo que lançou as bases da nova indústria: ainda usando barras de gelo, passou a acondicionar o peixe e outros alimentos pré-cozidos – legumes e hortaliças, basicamente – em caixas de papelão, sob pressão.
Para realizar a segunda parte do sonho – faturar bastante – Birdseye arranjou meia dúzia de sócios capitalistas e montou a General Seafood Corporation. A novidade que mudaria a rotina das donas-de-casa e dos homens solteiros ou descasados no decorrer do século XX se espalhou nos anos 30 com a inclusão de 26 gêneros diferentes, inclusive frutas e outros tipos de carne, como a bovina.
O toque de Midas foi dado dez anos depois de sua entrada no mercado de congelados, quando, em 1934, Birdseye encomendou à indústria de refrigeração American Radiator a fabricação, a baixo custo, de grandes quantidades de um freezer rudimentar.
Com grande estoque de aparelhos, a General Seafood Corporation alugava o equipamento aos varejistas por US$ 8,00 mensais mediante contrato que impedia a conservação, naquele freezer, de qualquer outro produto que não tivesse sua marca.
Na década de 40, os produtos Birdseye começaram a viajar em vagões frigoríficos – sendo distribuídos em vários estados americanos – e no serviço de bordo das companhias de aviação. Século XX adiante, hambúrgueres e alimentos de baixo teor calórico foram acrescentados ao cardápio.
FONTE
A PADROEIRA das donas de casa. O Globo. Rio de Janeiro, n. 10, 1999. Globo 2000, p. 222.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Pedagogia digital
Softwares criados na capital mineira pretendem ensinar estudantes por meio da tecnologia
Inspirado na interface do game Age of Empires, que combina diversão com estratégia e história, surgiu o jogo educativo Oásis. Em vez de percorrer a Idade da Pedra, da Ferramenta, do Bronze e do Ferro, o jogador, ou melhor, o aluno avança entre os ciclos econômicos do Brasil. O objetivo? Ensinar geografia brincando, já que os períodos econômicos proporcionaram a expansão territorial do país. O projeto foi realizado pelo geógrafo Alexandre Fernandes Batista, graduado na PUC Minas, que pretende tornar o ensino da matéria mais interessante para alunos do ensino fundamental.Cada fase do Oásis corresponde a um ciclo econômico, dentre eles a chegada dos portugueses e a exploração do pau-brasil, o cultivo da cana-de-açúcar, a mineração, o café e a borracha. No programa, o usuário tem que realizar tarefas baseadas nessas realidades. À medida que as finaliza, o jogador avança, passando de um ciclo para o outro.
O usuário do software terá uma participação direta no jogo, tomando as decisões de como proceder, a partir das dicas que serão dadas ao longo do percurso. Segundo Alexandre, o jogador vivencia como era o Brasil desde a colônia até a década de 1930, além do Brasil República. “O aluno terá de, por exemplo, seguir as vias naturais, como a região do Rio das Velhas, das Mortes, que serviram como caminho para os bandeirantes. E tudo isso sendo orientado por uma bússola”, detalha o geógrafo.
A proposta é futuramente aplicar o projeto em sala de aula. “O software ainda está sendo finalizado. No meu projeto de mestrado, planejo implantá-lo em uma escola, provavelmente no Colégio Tiradentes, em Contagem, devido à proximidade com a PUC. O projeto não prevê fins lucrativos”, explica Alexandre. Para ele, o uso da informática só veio a beneficiar o ensino, mas é preciso um filtro no acesso para os jovens. “O professor hoje tem o papel também de mediar o conhecimento adquirido na rede pelos alunos”, acrescenta.
Fonte: Jornal Estado de Minas - Caderno de Informática - Quinta Feira, 11/08/2010.
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Beady Eye - Bring the Light - com letra no vídeo
Eu sei que não tem a ver com o contexto do blog mas, é mais forte do que eu.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Etanol de tudo?
Tudo é exagero, mas pode-se dizer que hoje em dia é possível produzir etanol de quase tudo. As últimas novidades vêm da cidade de Lane, que fica no Estado de Oklahoma, nos EUA. Segundo o Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (Isaaa, na sigla em inglês), pesquisadores do Serviço de Pesquisa Agrícola (ARS, sigla em inglês) descobriram que possível produzir o combustível a partir do açúcar encontrado no suco da melancia. E a boa notícia é que cerca de 20% da produção norte-americana de melancia não chega a ser colhida por causa de manchas externas. Ou seja, estas frutas que apodreceriam no campo poderiam ganhar um fim nobre: a fabricação de etanol.
As pesquisas demonstraram que uma melancia de 20 libras pode produzir 1,4 libra de açúcar a partir da polpa e da casca, o que resultaria em sete décimos de libra de etanol. Para extrair todo o açúcar, os pesquisadores estão tentando decompor a casca com materiais químicos e tratamentos enzimáticos. Eles também estão avaliando diferentes combinações de temperatura e leveduras para otimizar o processo.
Mas o etanol de melancia não é a única novidade no mundo das pesquisas. De acordo com o Isaaa, cientistas da unidade de cítrus e produtos tropicais, localizada em Winter Haven, na Flórida, descobriram que as cascas de frutas cítricas, antes usadas como ração animal, também podem servir de matéria-prima para a produção do combustível. Para se ter uma ideia, só na Flórida, o resíduo seco das cascas de laranja chega a 1,2 milhão de toneladas por ano, montante que pode resultar na produção de cerca de 300 milhões de litros de etanol. 300 milhões de litros de etanol é a capacidade anual de produção da Flórida, a partir das cascas de laranja
As possibilidades de matériasprimas não se esgotam aí. Cabe lembrar que Ron Paul, que foi candidato às prévias presidenciais dos EUA pelo Partido Republ i cano, tinha como um dos lemas de sua campanha a liberação da maconha. Para quê? Segundo o congressista, a planta é capaz de produzir mais etanol que o milho. Enfim, num contexto em que o mundo busca alternativas para não depender do petróleo, qualquer hipótese merece ser levada em consideração. Tanto é que já há pesquisas analisando a viabilidade de produzir o biocombustível a partir da polpa de pêssego que não é utilizada pela indústria. Mas não é só para as frutas que o meio acadêmico está olhando.
Nos EUA, cientistas já estão fabricando etanol a com switchgrass, uma gramínea de crescimento rápido comum nas grandes planícies norte-americanas.
E não é só os EUA que estão descobrindo diferentes matérias-primas. Na Universidade Federal de Tocantins, o professor Márcio Silveira descobriu que o amido da batatadoce também pode ser fonte de etanol. Tanto é que a Secretaria de Agricultura do Tocantins (Seagro) firmou convênio com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a UFT, a Eletronorte, o Sebrae e o Instituto Ecológica para construção de miniusinas que beneficiarão pequenos produtores agrícolas. Outra descoberta veio do Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana (FEI).
Alunos da instituição fizeram estudos com a casca da banana e obtiveram bons resultados. A partir da fermentação de um quilo do material, os estudantes conseguiram fabricar entre 127ml e 190 ml do combustível. Agora é só esperar para saber qual será a próxima descoberta.
REFERÊNCIAS
http://www.terra.com.br/revistadinheirorural/edicoes/57/artigo143190-1.htm
Revolução no mercado de impressoras - Nelas, não há papel. Tudo é feito em plástico ou gesso.
A maior fabricante das impressoras 3D fica em Minneapolis no meio oeste norte-americano. O preço está cada vez menor. "Oito anos atrás nós tínhamos um preço de US$ 30 mil e era um produto revolucionário. Em fevereiro lançamos um produto pela metade do preço", conta Jon Cobb, Vice-presidente da Startays.
A impressão em 3D permite, de um jeito barato, ter um protótipo que o comprador pode olhar, andar em volta, e sentir o que gosta e o que não gosta", explica Melissa Thomas, engenheira da Autodesk.
A impressora funciona assim. São colocados dois cartuchos, um com o material de molde, um fio de um plástico especial chamado ABS, outro com o material de suporte.
O plástico sai do cartucho e entra pela máquina até 'chegar à cabeça' onde é aquecido a uma temperatura de 120ºC. A impressora tem duas cabeças que depositam o suporte e o molde em camadas muito finas: a espessura é de um décimo de um fio de cabelo, não dá para ver a olho nu.
Um vídeo mostra em segundos o que a máquina leva cinco horas para fabricar: neste caso uma ferramenta. As camadas aderem umas às outras sem necessidade de cola.
As partes móveis são feitas como parte do molde e liberadas quando o suporte é retirado. Depois de pronta a peça, sai ainda bem quente de dentro da impressora. "Nós pegamos isso, uma peça qualquer que foi impressa, e damos um banho com água e sabão. Depois de 30 minutos, o protótipo está pronto".
Todas as partes móveis são feitas ao mesmo tempo sem precisar de montagem, o que sai muito mais barato. A mesma coisa com o rolamento de esferas e uma corrente: os elos foram feitos todos ao mesmo tempo, sem solda nem cola, em plástico ultra resistente.
O inventor destas impressoras é o presidente da empresa, o engenheiro Scott Crumb. Quando ele criou essa tecnologia, há 20 anos não imaginava que elas um dia fossem chegar ao consumo de massas.
Segundo ele, vem aí às máquinas auto-replicantes, que fabricam cópias de si mesmas. "A máquina constrói a próxima máquina. Com a última que colocamos no mercado conseguimos fazer 32 partes da própria impressora. Portanto não é difícil prever que máquinas vão construir máquinas inteiras".
Personagens com roupas próprias, até tatuagens, a máquina de alta resolução permite reproduzir pequenos detalhes. Em breve, do mesmo jeito que hoje em dia a gente imprime com um clique um documento escrito no computador, vai ser possível fabricar com as impressoras em 3D, como num passe de mágica, qualquer objeto criado no mundo virtual. Desaparecerá a fronteira entre a realidade e a fantasia.
A impressão em 3D permite, de um jeito barato, ter um protótipo que o comprador pode olhar, andar em volta, e sentir o que gosta e o que não gosta", explica Melissa Thomas, engenheira da Autodesk.
A impressora funciona assim. São colocados dois cartuchos, um com o material de molde, um fio de um plástico especial chamado ABS, outro com o material de suporte.
O plástico sai do cartucho e entra pela máquina até 'chegar à cabeça' onde é aquecido a uma temperatura de 120ºC. A impressora tem duas cabeças que depositam o suporte e o molde em camadas muito finas: a espessura é de um décimo de um fio de cabelo, não dá para ver a olho nu.
Um vídeo mostra em segundos o que a máquina leva cinco horas para fabricar: neste caso uma ferramenta. As camadas aderem umas às outras sem necessidade de cola.
As partes móveis são feitas como parte do molde e liberadas quando o suporte é retirado. Depois de pronta a peça, sai ainda bem quente de dentro da impressora. "Nós pegamos isso, uma peça qualquer que foi impressa, e damos um banho com água e sabão. Depois de 30 minutos, o protótipo está pronto".
Todas as partes móveis são feitas ao mesmo tempo sem precisar de montagem, o que sai muito mais barato. A mesma coisa com o rolamento de esferas e uma corrente: os elos foram feitos todos ao mesmo tempo, sem solda nem cola, em plástico ultra resistente.
O inventor destas impressoras é o presidente da empresa, o engenheiro Scott Crumb. Quando ele criou essa tecnologia, há 20 anos não imaginava que elas um dia fossem chegar ao consumo de massas.
Segundo ele, vem aí às máquinas auto-replicantes, que fabricam cópias de si mesmas. "A máquina constrói a próxima máquina. Com a última que colocamos no mercado conseguimos fazer 32 partes da própria impressora. Portanto não é difícil prever que máquinas vão construir máquinas inteiras".
Personagens com roupas próprias, até tatuagens, a máquina de alta resolução permite reproduzir pequenos detalhes. Em breve, do mesmo jeito que hoje em dia a gente imprime com um clique um documento escrito no computador, vai ser possível fabricar com as impressoras em 3D, como num passe de mágica, qualquer objeto criado no mundo virtual. Desaparecerá a fronteira entre a realidade e a fantasia.
REFERÊNCIAS
http://g1.globo.com/jornaldaglobo/0,,MUL1241138-16021,00-A+REVOLUCAO+NO+MERCADO+DE+IMPRESSORAS.html
Assinar:
Postagens (Atom)