sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Pedagogia digital

Softwares criados na capital mineira pretendem ensinar estudantes por meio da tecnologia

Inspirado na interface do game Age of Empires, que combina diversão com estratégia e história, surgiu o jogo educativo Oásis. Em vez de percorrer a Idade da Pedra, da Ferramenta, do Bronze e do Ferro, o jogador, ou melhor, o aluno avança entre os ciclos econômicos do Brasil. O objetivo? Ensinar geografia brincando, já que os períodos econômicos proporcionaram a expansão territorial do país. O projeto foi realizado pelo geógrafo Alexandre Fernandes Batista, graduado na PUC Minas, que pretende tornar o ensino da matéria mais interessante para alunos do ensino fundamental.

Cada fase do Oásis corresponde a um ciclo econômico, dentre eles a chegada dos portugueses e a exploração do pau-brasil, o cultivo da cana-de-açúcar, a mineração, o café e a borracha. No programa, o usuário tem que realizar tarefas baseadas nessas realidades. À medida que as finaliza, o jogador avança, passando de um ciclo para o outro.

O usuário do software terá uma participação direta no jogo, tomando as decisões de como proceder, a partir das dicas que serão dadas ao longo do percurso. Segundo Alexandre, o jogador vivencia como era o Brasil desde a colônia até a década de 1930, além do Brasil República. “O aluno terá de, por exemplo, seguir as vias naturais, como a região do Rio das Velhas, das Mortes, que serviram como caminho para os bandeirantes. E tudo isso sendo orientado por uma bússola”, detalha o geógrafo.

A proposta é futuramente aplicar o projeto em sala de aula. “O software ainda está sendo finalizado. No meu projeto de mestrado, planejo implantá-lo em uma escola, provavelmente no Colégio Tiradentes, em Contagem, devido à proximidade com a PUC. O projeto não prevê fins lucrativos”, explica Alexandre. Para ele, o uso da informática só veio a beneficiar o ensino, mas é preciso um filtro no acesso para os jovens. “O professor hoje tem o papel também de mediar o conhecimento adquirido na rede pelos alunos”, acrescenta.

Fonte: Jornal Estado de Minas - Caderno de Informática - Quinta Feira, 11/08/2010.